9 de dez. de 2011

FORA DE ORDEM
TINDERBOX - SIOUXSIE & THE BANSHEES (REMASTERED) + BONUS





 


No rock dos anos oitenta tivemos inúmeros grupos rotulados à sua revelia, uma vez que quem os batizava era quase sempre os meios de comunicação, sem perguntar se eles concordavam ou não com as denominações a que eram submetidos. Um desses casos é o grupo Siouxsie & The Banshees, liderado por Siouxie Sioux, uma mulher de personalidade forte e voz cortante, dona de um gênio difícil, que para os fãs era coisa sem importância frente à sua qualidade musical. Essa banda foi batizada de ‘Gótica’ ou ‘Dark’. Sua música foi considerada obscura e depressiva. Seus seguidores taxados de estranhos vestidos de negro. Pra mim, fantasia. Não me visto totalmente de preto, não sou depressivo nem revoltado. Me considero uma pessoa normal e na década de oitenta já não era mais um adolescente. E gosto muito dessa banda desde aquela época. Pra mim é simplesmente rock. Uma vocalista carismática e competente. Sempre acompanhada por um bom guitarrista e um ótimo baixista, sem contar com seu baterista, com quem foi casada, que merece atenção especial pela sua batida única e pessoal. Budgie, seu nome. O disco que escolhi para indicar neste post foi o Tinderbox de 1986, que já era bom quando foi lançado e ficou ainda melhor quando foi remasterizado em 2006 e ganhou quatro faixas bônus.

Como a maioria da musicas já entram em fade, quem ta ouvindo fica envolvido e vai até a última faixa numa única viagem. Preciso lembrar que a intenção nesta seção não é julgar discos ou musicas, nem favorecer esse ou aquele estilo. A idéia é incentivar quem gosta de música a pesquisar o trabalho dos artistas aqui indicados através de um de seus trabalhos, não necessariamente o melhor ou o de maior sucesso. A intenção principal é resgatar bons discos que vão passando à margem da musica altamente comercial que vem sendo veiculada já a algum tempo. Se já conhece o disco, ouça de uma maneira diferente. Se não conhece o grupo, essa é a oportunidade. Link pra baixar e dê sua opinião




Zé Vicente










FORA DE ORDEM
NA ONDA QUE BALANÇA – JOÃO BOSCO








O cantor e compositor mineiro João Bosco de 65 anos tem duas fases em sua carreira. A primeira no começo dos anos setenta, quando fez parceria com os compositores cariocas Aldir Blanc e Paulo Emílio que durou por volta de dez anos. Essa fase rendeu excelentes discos e muitos sucessos. O cantor ficou conhecido em todo país e também no exterior. Mas essas parcerias terminaram por algum motivo e João teve que continuar seu trabalho a partir de experiências com novos parceiros. É o início da segunda fase, e pra quem esperava que a qualidade ficasse aquém dos trabalhos anteriores teve uma surpresa. Além de novos parceiros, houve também uma mudança de rumo no estilo musical até então baseado no samba e no bolero com temas e linguagem popular da periferia carioca. Houve também nos quase quarenta anos de carreira desse excelente violonista várias mudanças de gravadora, daí, se notar em seus discos uma diferença na produção de cada um deles. Foram lançados álbuns muito bons que pecavam por um som não condizente com a qualidade musical. Na primeira metade da década de oitenta, ele experimentou novas sonoridades e composições mais arrojadas e temáticas e já no final dessa década encontrou um ponto de equilíbrio, voltando a gravar letras um pouco mais simples e o samba como base em seus trabalhos.  O décimo sexto disco, lançado em 1994 é um bom exemplo do equilíbrio de canções, arranjos e bem cuidada produção. O nome é Na Onda Que Balança e mostra um João Bosco compositor solitário. Apenas três das treze músicas são parcerias. O time de músicos que o acompanha é de primeiríssima linha e não vou mencionar aqui nenhum nome para não ser injusto, pois são mais de uma dezena. O disco foi muito bem produzido pelo também músico americano Ronnie Foster, que inclusive toca teclados no disco. Destacar faixas, nem pensar. É um disco pra se ouvir inteiro. Tem um link à disposição de quem tiver bom gosto e curiosidade e um espaço no blog para comentários.

  



Zé Vicente






2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, esse será meu primeiro comentário no Papo de Esquina. E é com muita honra, sei e acompanho a honestidade desse trabalho.O que falar de Tinderbox, clássico de 86 da Siouxsie que trás a banda em seu auge de criação. Enquanto Na Onde Que Balança é sem dúvida meu preferido de João Bosco, pensa em uma cozinha com Carlos Bala e Jammil Joanes, não precisa falar mais nada, belos arranjos e letras. Abraços....

Márcio disse...

Detalhe, esqueci de falar que sou eu o Márcio, irmão do Marcelo e Sobrinho do Vicente.