16 de jul. de 2012

LITERATURA























Sem Sofisma

De nada valeram
As profundas tragadas
No cigarros trêmulos
De frente pro muro,
No fundo do quintal

Os goles lentos
No conhaque barato
E o som do blues
De negros desconhecidos
Não espantaram
Os fantasmas
Que insistiram
Em atormentar

E as latas amassadas,
Em desordem,
Na pia suja
Só lembram as ressacas
Das manhãs
De cabeça apertada

E até o sexo
Sem amor, fracassou.

E assim,
Passaram os anos
E a desilusão, cruel
Insistiu em fazer
Forçada companhia
Ao homem, que,
Pleno de vazios
Tenta,
De todas as formas
Fingir que é feliz.

Zé Vicente

3 comentários:

Marcelo disse...

POsso dizer, com certeza, que este poema é um dos mais belos que você escreveu. Ele fala diretamente de uma vida que eu conheço muito bem, de momenteos que as vezes maqueia um vazio sempre presente, pelo menos dentro de mim. Parabéns!

Anônimo disse...

Obrigado, Marcelo. Asim como os momentos que em e vão, às vêzes me pego escrevendo com a sua mão.)Sei que você permite)

Cida Santos disse...

Sinto uma certa melancolia ao ler este poema.....ele me deixa triste!