26 de set. de 2013


BECO DA HISTÓRIA
A CRIAÇÃO DO JOGO DO BICHO

 

 


 

O famoso “Jogo do Bicho” foi criado em 1892 pelo barão João Batista Viana Drummond, fundador do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. No início, a intenção por trás da ideia era nobre: o barão desejava atrair um número maior de visitantes e compensar a perda financeira havida com o fim da ajuda prestada pelo Imperador. Para alimentar a fauna, Drummond mandou imprimir a figura de vinte e cinco bichos nos ingressos do zoológico. No final da tarde de cada dia sorteava um animal e os donos da figura sorteada recebiam vinte vezes o valor do ingresso (ou vinte mil réis).
 
 
 
Barão João Batista Drummond
 
 
 
Bilhete de entrada do Zoológico de Santa Isabel, com o qual se fazia o jogo do bicho. Reprodução fotográfica MIS
 
 
 
No início, todo visitante concorria com apenas um bilhete, mas a partir de 1894, cada apostador podia comprar quantos bilhetes quisesse. Daquele ano em diante, o jogo do bicho deixou de ser um simples sorteio e se transformou em jogo de azar. Para combater as apostas, que se tornaram mania em toda a cidade, a Prefeitura impediu o sorteio, contudo, tal atitude fortaleceu ainda mais a jogatina, que se mantem até os dias atuais, criminalizada em 1946. Mesmo com a proibição, o barão Drummond trabalhou com o jogo do bicho até a sua morte, em 1897.



Cartaz de 1920: o jogo ainda não era crime



"A empresa do Jardim Zoológico realizou ontem um magnífico passeio campestre ao seu importante estabelecimento, situado no pitoresco bairro de Vila Isabel... faz honra ao seu fundador, a empresa organizou um prêmio diário que consiste em tirar à sorte dentre 25 animais do Jardim Zoológico o nome de um, que será encerrado em uma caixa de madeira às 7 horas da manhã e aberto às 5 horas da tarde, para ser exposto ao público. Cada portador de entrada com bilhete que tiver o animal figurado tem o prêmio de 20$. Realizou-se ontem o 1º sorteio, recaindo o prêmio no Avestruz, que deu uma recheiada poule de 460$000...Às 9 horas voltaram os convidados, pessoas de alta distinção, penhorados todos à gentileza do sr. barão de Drummond e seus dignos auxiliares. Foi uma festa esplêndida."

Trechos do Jornal do Brasil, 4 de julho de 1892.
 




Marcelo

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