15 de mai. de 2014


LANÇAMENTO COMENTADO

TITÃS – NHEENGATU (2014)

 

 


 

Depois do fraco “Sacos Plásticos” (2009), os Titãs se deixam influenciar pelas suas próprias raízes e lançam “Nheengatu”, comprovando que ainda são capazes de produzir algo relevante. O disco tem pouco mais de trinta minutos, onde estão distribuídas 14 faixas, na sua grande maioria com pouco mais de dois minutos. Os arranjos estão mais pesados e remetem a álbuns como “Cabeça Dinossauro” (1986) e “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas” (1987). Os remanescentes da banda paulistana abordam temas polêmicos, como a situação sócio-política do país, a truculência policial, violência doméstica contra mulheres, o preconceito racial, homofobia e a passividade popular. Obviamente, a ausência dos ex-integrantes é sentida, principalmente na ‘cozinha’ da banda, onde a bateria firme de Charles Gavin e o baixo particular de Nando Reis fariam uma enorme diferença, apesar do som de “Nheengatu” ser razoavelmente consistente. Nheengatu foi o nome dado pelos jesuítas do Brasil colonial à língua que tentou unificar os idiomas indígenas ao português. A capa traz uma parte da obra “A Torre de Babel”, do artista belga Pieter Bruegel, outro detalhe que novamente remete aos anos 80. Destaque para as faixas ‘Mensageiro da Desgraça’, ‘República dos Bananas’, ‘Canalha’ (regravação de Walter Franco), ‘Pedofilia’, ‘Flores pra Ela’, ‘Senhor’ e ‘Quem são os Animais’. Vale conferir!

 

Marcelo

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