26 de out. de 2017

A ORIGEM DAS EXPRESSÕES (Parte III)





 




A língua portuguesa possui inúmeras expressões e todas elas bastante difundidas. Muitas permanecem imutáveis ao longo dos anos, desenvolvendo um forte papel cultural em nosso idioma. Suas origens geralmente são fundamentadas na cultura popular, mas também recebem influências mitológicas, religiosas e históricas, entre outras. Abaixo, algumas dessas expressões e suas origens:




PAGAR O PATO (sofrer as consequências, ser enganado)

 

Provém de um conto do século XV. Nele, um camponês vende um pato para uma mulher em troca de sexo. O rapaz, insaciável, quer mais, mas ela se nega e os dois passam a discutir. Nesse momento chega o marido e pergunta qual o motivo da discussão. Para escapar, o camponês afirma que a desavença é em função do dinheiro que falta para completar o pagamento da compra da ave. O tolo marido, preocupado com o jantar, literalmente paga o pato.




FAZER UMA VAQUINHA (arrecadar dinheiro)

 

Na década de 20, a torcida do Vasco da Gama pensou num novo jeito de incentivar seus jogadores: caso o time vencesse, os atletas ganhariam 10 mil réis ou “um coelho” – animal correspondente ao número no jogo do bicho – coletados entre os torcedores. No caso de uma vitória importante, o “prêmio” subiria para 25 mil réis ou “uma vaca”.

   


TIRAR O CAVALO DA CHUVA (desistir de fazer algo)

 

No século XIX, se não houvesse a intenção de demorar, a visita deixava o cavalo, principal meio de transporte, desprotegido ao relento em frente à casa do anfitrião. Porém, se existisse a intenção da demora, o anfitrião convidava sua visita a “tirar o cavalo da chuva” e abrigá-lo num local adequado, o que denotava a desistência da ideia de ir-se embora com brevidade. Com o tempo passou-se a falar cavalinho, no diminutivo.




SEGURAR VELA (acompanhar sozinho um casal)

 


Na Idade Média, existiam empregados cuja função era segurar velas para que outros trabalhadores pudessem exercer seus ofícios em ambientes pouco iluminados. Sabe-se que tais empregados iluminavam os aposentos de seus patrões até mesmo na hora das intimidades sexuais do casal, caso assim os nobres desejassem, momento em que, supõe-se, permaneciam de costas para não testemunhar as conjunções carnais que ocorriam. Com o tempo, depois de 1600, serviu para designar a amante em um triângulo amoroso e mais recentemente, o(a) amigo(a) solteiro(a) que acompanha um casal.  




Marcelo Silva

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