27 de jun. de 2012

PESSOAL




Perdemos Mais Um

Quem teve a curiosidade e depois o prazer de pesquisar a música de raiz do meio do Brasil, mais precisamente dos estados de Minas Gerais e Bahia passou obrigatoriamente por esse cantor, compositor, violeiro e pesquisador das nossas raízes musicais que acaba de falecer para a tristeza dos fãs da verdadeira cultura. Trata-se de Dércio Rocha Marques, mineiro de Uberaba que até ontem vivia seus 64 anos de idade ainda lutando contra o descaso e a ignorância de um povo que insiste em negar a sua verdadeira história. E o que é ainda pior, tendo que sobreviver à margem da mídia que prefere promover a mediocridade em troca do lucro imediato para os cofres de quem a controla e que de cultura e história não conhece praticamente nada. Dércio Marques começou sua carreira de fato, nos anos setenta e fazia parte de um rico grupo de cantores, compositores, e, como ele, pesquisadores de um segmento musical pouco explorado em nosso país. Só pra se ter uma idéia, Dércio dividiu trabalhos com Elomar Fiqueira de Mello, Xangai, João do Vale, Zé Gomes, Carlos Pita, Heraldo do Monte, Oswaldinho e muitos outros verdadeiros artistas brasileiros. Pesquisou a história da musica ibero-americana e logo em seu primeiro disco interpretou apenas e simplesmente poemas de Atahualpa Yupanqui. Gravou discos só com música de raiz e também fez trabalhos direcionados ao público infantil, com tamanha qualidade que como de costume, não coube na mídia, já que esse artista não nasceu com a beleza necessária para a sua inclusão nos meios de comunicação da nossa terra. Dércio nasceu em agosto de 1947 e seu pai era uruguaio, talvez daí tenha surgido a vontade de conhecer a cultura dos nossos vizinhos, e ele nos mostrou durante sua carreira de 13 discos, muito dessa cultura rica e complexa. Feliz de quem teve acesso a alguma coisa desse que agora não mais estará entre nós. Às vezes sinto vergonha do país onde nasci. Não consigo entender o porque se ter que pegar sempre o caminho fácil e errado para se conseguir alguma coisa. Parece que os valores se inverteram e tudo que era bom ficou ruim. Bem, o Dércio se foi, mas sua obra ficou registrada. Ainda há tempo de ser apreciada e valorizada. Não esperem homenagens no rádio ou na televisão. Morreu um brasileiro quase desconhecido e isso não dá ibope. Me solidarizo aos verdadeiros fãs e peço que as homenagens sejam feitas num plano superior que é para onde vão os espíritos de boa vontade, acredito. Então, Que Dércio Marques encontre um bom lugar para dedilhar sua viola e cantar as melodias bonitas que construiu enquanto esteve por aqui e que muito pouca gente conheceu.

Zé Vicente


LITERATURA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Anjos Da Terra

Mas olha quanta gente que passa
Sem controlar o sorriso
São meninos da terra
São meninos da lua
Brincando de amor
Ao redor do mundo
Anjos da terra
Beijos de maio
Mães da alegria
Que vem da lua
Desce de um raio
Cheio de estrela
Brilho do sol
Sol virou lua
Brincar na rua
Sou um sonhador.

Dércio Marques

26 de jun. de 2012


GILBERTO GIL – 70 ANOS


Gilberto Gil, por Baptistão


De exilado político a Ministro da Cultura. Poeta e músico, dono de uma carreira que se aproxima de meio século de atividade, com mais de cinqüenta discos lançados e que mesmo não podendo ser considerada irrepreensível, apresenta em sua maior parte momentos de puro brilhantismo. Um dos fundadores e participante ativo do “Tropicalismo”, movimento cultural idealizado na década de 60 que marcou e mudou profundamente a arte e a música popular brasileira. Esses são apenas alguns exemplos da vida de Gilberto Passos Gil Moreira, que hoje (26/06) completa 70 anos de idade. Parabéns ao baiano de sorriso largo e de fala mansa, que certamente é um dos maiores nomes da nossa história musical/cultural.

Marcelo

“ARTWORK DE PRIMEIRA”
PINK FLOYD – THE FINAL CUT (1983)






O grupo de design Hipgnosis, responsável por algumas capas famosas da banda Pink Floyd, como por exemplo, Dark Side of the Moon, Wish You Where Here e Animals, ficou de fora da produção da arte de “The Final Cut”, disco conceitual criado por Roger Waters onde o tema principal trata dos prejuízos causados pela guerra e do desperdício de vidas humanas. A idéia ficou por conta do próprio Waters e a fotografia por conta de Willie Christie, cunhado do músico e contratado da revista Vogue.  A capa traz algumas condecorações entregues durante a Segunda Guerra Mundial: a primeira (branca com listras roxas inclinadas) trata-se da “Cruz do Vôo Distinto”, entregue por atos de coragem e valor em combates aéreos; a segunda (vermelha e azul) trata-se da “Estrela 1939-1945”, entregue por tempo de serviço; a terceira, a “Estrela da África” (dourada com listras preta, vermelha e azul) foi entregue por serviços prestados naquele continente e a quarta, a “Medalha da Defesa” (verde e vermelha), entregue inclusive a civis que prestaram serviço durante os anos de chumbo. Acima está uma papoula, usada como símbolo para lembrar o último dia de batalhas desde a Primeira Guerra Mundial.


Marcelo

20 de jun. de 2012

PESSOAL

70 Anos

Não vou aqui chover no molhado, até porque, São Pedro já tratou de fazer isso nesses últimos dias. Passados dois dias da data em questão, vou homenagear Sir James Paul McCartney pelo seu aniversário de 70 anos. Esse inglês que nasceu em Liverpool em 1942, simplesmente dispensa comentários. O grupo que o projetou todos conhecem. Que ele é cantor, compositor, baixista, guitarrista, pianista, arranjador, produtor e ativista, qualquer pessoa sabe. Que ele é vegetariano e luta pelos direitos e pelo respeito no tratamento dos animais, também já é sabido. Que ele é o compositor de maior sucesso em todos os tempos no mundo e que colocou quase trinta músicas no primeiro lugar das principais paradas do planeta, todo mundo sabe. Que ele é a favor da educação musical, todos os músicos sabem. Que ele e outros três desconhecidos fundaram o grupo de maior sucesso no mundo, em 1960, já é do conhecimento de todos. Que sua carreira solo teve início em 1970 e continua até hoje, todos os meios de comunicação já informaram. Sobra o que pra mim? Quase nada. Então vou falar de mim. Tenho que fazer essa homenagem porque O Paul McCartney é um dos responsáveis diretos pelo meu interesse em ouvir boa música. Talvez, se não fosse por ele e seu grupo, eu fosse mais um nessa multidão de fãs da mediocridade que impera nos meios de comunicação do planeta. Em São Paulo, no final de 1963. perto de eu completar apenas oito anos de idade, um vizinho, que já naquela época tinha bom gosto musical, me chamou e mostrou um LP que acabara de comprar. The Beatles, Please, Please, Me. Pra mim, o começo de tudo. Era rock, mas não era qualquer rock. Era o nascimento de um estilo que mudaria não só a mim, mas o mundo todo e eu sou um privilegiado por ter acompanhado tudo desde o início. Isso é apenas pra se localizar no tempo. Não vou falar de Beatles agora. Eles terminaram em 1970 e então começou a carreira solo de nosso homenageado. Foram discos memoráveis, inúmeras tournés pelo mundo afora, e Paul continua até hoje a encantar platéias. Sua vida particular já foi revirada, já chegaram até a matá-lo, mas o velho continua aí, firme e forte, e hoje merece todas as homenagens possíveis. Estou ilustrando o texto com a capa do disco Flaming Pie, que foi lançado em 1997 e que não fez muito sucesso. Eu o comprei num sebo na Estação da Luz em São Paulo sem saber o conteúdo. Comprei porque era Paul McCartney e hoje é um dos meus discos favoritos desse excepcional artista. Aconselho a quem tem bom gosto a ouvir esse disco. Agradeço e dou parabéns a Paul McCartney, em nome de seus milhares de admiradores e agradeço pelos bons serviços prestados por ele à cultura mundial. God Bless You Paul !!!

(Divido esse texto com meu amigo Pedro José dos Santos (In Memoriam), um dos maiores fãs de Macca.









Zé Vicente

18 de jun. de 2012

PAUL McCARTNEY - 70 ANOS

Nascido em 18/06/1942, Sir James Paul MacCartney completa hoje 70 anos. Paul dispensa qualquer tipo de apresentação, já que a obra de sua vida fala por si só. Fica aqui esta singela homenagem a este poeta e músico que sem a menor sombra de dúvida por diversas vezes revolucionou a história da música.






Marcelo

11 de jun. de 2012

CARICATURAS


Black Sabbath, por Jean-Marc Borot


Rush, por Tanios Acacio e Mario T.


Marcelo

CURIOSIDADE
OS TRÊS MACACOS SÁBIOS


Os três macacos do templo de Nikko

 
Mizaru (o que oculta os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru (o que cobre a boca), os três macacos sábios que adornam a porta do Estábulo Sagrado, localizado no Santuário de Toshogu, em Nikko, Japão. Segundo o folclore japonês, as imagens teriam sido trazidas por um monge budista chinês, no século XVIII, porém, tal suposição nunca foi comprovada. Ainda segundo o folclore, elas traduzem a seguinte mensagem: “Não veja o mal, não ouça o mal e não fale o mal”, uma conduta que se adotada pelo homem certamente tornaria o convívio com seu semelhante mais pacífico e harmonioso.





Marcelo

FORA DE ORDEM

BRIDGE OF SIGHS  -  ROBIN TROWER



                                         

 
                                                                                    















Pouco bajulado no Brasil, esse guitarrista que está na ativa desde 1962 até hoje não precisa de nenhum crítico puxando seu saco. A sua história dentro do rock já esta escrita com letras maiúsculas. Seu nome é Robin Leonard Trower, inglês de Catford, que nasceu em 1945  e se tornou um dos músicos mais ativos do rock mundial. Pra quem não sabia ele é um dos fundadores do grupo Procol Harum, que fez muito sucesso do meio dos anos sessenta até início dos setenta, quando encerrou suas atividades e também gravou em trio como baixista Jack Bruce e o baterista Bill Lordan, além de participar de discos solo de outros artistas como Bryan Ferry, por exemplo. Mas a maior parte do trabalho de Robin Trower vem com seu grupo e são quase trinta discos entre 1973 e os dias atuais. Fui lá no fundo buscar um disco bom para indicar aqui no Fora de Ordem e ele é apenas o segundo entre tantos outros bons de sua carreira. Bridge Of Sighs é o nome e 1974 é o ano de lançamento. Disco cru e de belas melodias agrada de cara a todos aqueles que apreciam uma guitarra bem tocada. É certeza que logo após a primeira audição, o ouvinte vai ficar curioso e procurar o resto de sua discografia. Não pode ser de outra forma. E quem ouvir, também vai reformular a sua lista de guitarristas preferidos, tenho certeza. O Bridge Of Sighs é um disco puro e honesto, por isso merece destaque. Pegue o link e confira se estou exagerando. Depois pode comentar. É isso.

Zé Vicente







FORA DE ORDEM

ISTO É RENATO E SEUS BLUE CAPS  – RENATO E SEUS BLUE CAPS

























Vou fazer aqui uma homenagem ao grupo de rock que mais tempo ficou na ativa no Brasil. E acho que se pesquisar bem, talvez até no mundo. O Renato e Seus Blue Caps, meu homenageado, vem antes dos Beatles e dos Rolling Stones. O grupo foi fundado em 1958 pelos irmãos Renato e Paulo César Barros e durante sua carreira teve mais de dez formações diferentes, com Ed Wilson, Erasmo Carlos e Michael Sullivan entre outros participando desse grupo fundamental para o rock brasileiro. Muitos ouvintes conheceram as bandas americanas e inglesas através das versões em português feitas por Renato Barros e seus companheiros que nessa longa carreira nunca deixaram que o nosso rock fosse esquecido. Podem mil grupos fazerem sucesso em nosso país, mas quem deu início a tudo, foi, sem dúvida esse pessoal lá da Piedade, bairro carioca que os revelou para a história.  Vale a pena pesquisar esse pessoal. Aqui não tenho essa intenção. Indico um disco apenas e quem interessar vai atrás da história. Dentre os tantos, vou indicar um do ano de 1965 chamado Isto é Renato e Seus Blue Caps, que é recheado de belas e inocentes versões do rock do início dos anos sessenta e que ficaram na memória de todo apreciador desse estilo durante toda a vida. Ainda hoje é um disco emocionante e vale a pena ser ouvido muitas vezes. Então é só usar o link abaixo e voltar no tempo com Renato e Seus Blue Caps. Divirtam-se e comentem.


Zé Vicente


http://www.4shared.com/rar/YlMkuKb_/Renato_e_seus_Blue_Caps_-_1965.html


 
LITERATURA





















Sem Nexo

Meu tempo
Ta quase acabando
E eu,
Frustrado,
Não encontrei
A verdade, ainda.
Será que
Serei eu, então
A mentira?
Penso que
Não existe
A certeza
Do talvez, e,
Que a verdade
Não cai
E não cabe em si

Zé Vicente

9 de jun. de 2012

CURTA UM CURTA

OKTAPODI - 2007 (Oscar 2009 - melhor curta de animação)





Marcelo