29 de fev. de 2016

CINEMA & VIDEO
OSCAR 2016 – SURPRESA EM LOS ANGELES, GAFE NO RIO
 
 

 
Aconteceu na noite de ontem (28) a 88ª cerimônia de entrega do Oscar, produzida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA. Como o cinema sempre foi destaque aqui no Papo de Esquina, sinto-me à vontade para fazer alguns breves comentários, mesmo não passando de um simples espectador e não mais que isso. Sendo assim, destaco cinco momentos: “Spotlight: Segredos Revelados” desbancou os maiores favoritos e foi eleito o melhor filme de 2015, Sylvester Stallone não recebeu seu primeiro Oscar, “Mad Max: Estrada da Fúria” foi o maior vencedor da noite, mesmo não levando o maior prêmio, o soturno “Ex-Machina: Instinto Artificial“ desbancou “Star Wars – O Despertar da Força“ na categoria melhores efeitos visuais e finalmente, Leonardo DiCaprio foi premiado com a cobiçada estatueta.
 
 
Spotlight, a equipe investigativa do The Boston Globe
 
“Spotlight: Segredos Revelados” é realmente um bom filme baseado em uma história real sobre a investigação de um grupo de jornalistas de Boston sobre casos de abusos de crianças envolvendo a Igreja Católica, contudo, por se tratar de um drama onde cenas de grande impacto visual, perseguições, explosões, tiroteios, fugas e efeitos especiais espetaculares  são totalmente descartadas, realmente surpreendente o filme desbancar produções como “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Perdido em Marte” e “O Regresso”.
 
 
Rocky Balboa treina o filho de Apollo Creed
 
Outro momento surpreendente foi a não premiação de Sylvester Stallone, dada como certa. O ator de 69 anos foi indicado na categoria de melhor ator coadjuvante por “Creed – Nascido para Lutar“, onde ele interpreta pela oitava vez Rock Balboa. Do alto da minha pequenez, imagino que a Academia perdeu a grande oportunidade de premiar o ator em vida e atuando e não com aquele Oscar do tipo “conjunto da obra”, afinal Stallone é (e há muitas décadas) responsável por arrecadações milionárias que, direta ou indiretamente, financiam e mantêm viva a máquina do cinema americano.
 
 
Ava

Uma única robô desbanca toda a horda de Star Wars

 
O denso filme inglês “Ex-Machina: Instinto Artificial” recebeu o Oscar de melhores efeitos visuais desbancando “Star Wars – O Despertar da Força”. No mínimo surpreendente, para não utilizar outro termo. Todo o enredo se passa num complexo superprotegido onde foi desenvolvida a robô Ava. Sendo bem realista, os efeitos especiais utilizados para dar vida à personagem são impressionantes, porém, é isso e somente isso. Daí ser também impressionante o filme desbancar uma superprodução como “Star Wars – O Despertar da Força”. Quem acabou levando, mas não ganhando foi “Mad Max: Estrada da Fúria”, filme consagrado com 6 estatuetas, mas que não conquistou o prêmio mais cobiçado: o de melhor filme. E por último, o "tiro certo" da noite foi a enfim premiação de Leonardo DiCaprio como melhor ator por sua atuação em "O Regresso". O roteiro do filme realmente exigiu muito do ator que no longa interpreta um caçador americano em terras indígenas no século XIX, principalmente depois de sua já famosa luta com um urso furioso. A premiação foi muito comemorada na internet e nas redes sociais.
 
 
Mad Max
Leonardo DiCaprio em "O Regresso"
 
 
Já no Rio de Janeiro, a atriz Glória Pires, convidada para fazer os comentários da transmissão do evento, deu um show de desinteresse, desinformação, má vontade e tédio. Monossilábica e lacônica parecia não estar presente, além de assumir que não assistiu a maioria das produções que concorriam em LA. Críticas à atuação de Glória Pires inundaram as redes sociais, fazendo, inclusive, com que a própria se manifestasse a respeito, dizendo ter achado engraçado a repercussão e os “memes” criados.  
 
 

 
Marcelo

25 de fev. de 2016

UM POUCO MAIS DE MÚSICA
30 ANOS DE CLÁSSICOS DO ROCK NACIONAL
 
 
Os Titãs, responsáveis por "Cabeça Dinossauro", considerado um dos dez maiores álbuns já lançados
 
Hoje em dia, com a crescente diluição da música em mídias alternativas e em redes sociais, é quase inimaginável o lançamento em um único ano de uma grande quantidade de discos importantes em qualquer tipo de movimento musical. Contudo, em 1986, ano fundamental para o rock brasileiro, várias bandas lançaram trabalhos de altíssima relevância que se tornariam clássicos dentro do agitado e criativo cenário daquele período.
 
 
Capital Inicial - Capital Inicial

Humberto Gessinger, Carlos Maltz e Marcelo Pitz, os gaúchos do Engenheiros do Hawaii

Clemente, o primeiro punk a assinar com uma grande gravadora

Camisa de Vênus - Correndo o Risco

Capital Inicial - mais uma "banda de Brasília" a conquistar o grande público

Inocentes - Pânico em S.P.

Em 1986, o Camisa de Vênus já lançava o seu terceiro trabalho

Engenheiros do Hawaii - Longe Demais das Capitais

Lobão, veterano da explosão do rock nacional da década de 80, continuava a causar boas polêmicas

 
Ainda sob o efeito do “boom” ocorrido há poucos anos, algumas bandas estrearam oficialmente suas carreiras lançando seus primeiros discos, caso do Capital Inicial e seu trabalho homônimo premiado com disco de platina que trouxe um repertório essencial para a banda até os dias atuais. Os Engenheiros do Hawaii, banda gaúcha que não se deteve frente ao eixo Rio-São Paulo-Brasília apresentou “Longe Demais das Capitais”, emplacando nacionalmente o hit “Toda Forma de Poder”. Os Inocentes foram a primeira banda punk a conseguir um contrato com uma grande gravadora e a Warner publicou o importante EP “Pânico em SP”. Outro grupo relacionado ao movimento punk, o Camisa de Vênus, seguia trilhando seu caminho iniciado em 1983 e com “Correndo o Risco” nos brindou com canções como “Sinca Chambord” e “Só o Fim”. O veterano Lobão vinha com o seu segundo disco solo “O Rock Errou”, onde destacaram-se as faixas “O Rock Errou”, “Canos Silenciosos” e “Revanche”, sem deixar de chamar a atenção pela capa do LP e ainda por sua prisão por porte de drogas, fato bastante divulgado pela mídia.
 
 
Branco Mello, Arnaldo Antunes e a irmã de Lobão pedem liberdade para o músico, preso por porte de entorpecentes
 
Lobão - O Rock Errou
 

Ira! - Vivento e Não Aprendendo

Legião Urbana atinge marca histórica de vendas em 86

RPM - Radio Pirata Ao Vivo

Os Paralamas lançam "Selvagem?" com discurso politizado em sintonia com a conjuntura do País

Titãs - Cabeça Dinossauro

O Ira! alcança o sucesso com ajuda de novela

RPM - um fenômeno inigualável


Legião Urbana - Dois

Paralamas do Sucesso - Selvagem?

 
Os paulistanos do Ira! lançaram o premiado “Vivendo e Não Aprendendo”, maior sucesso comercial da banda até 2004, alavancado pela faixa “Flores em Você”, tema de abertura da novela global “O Outro”. Com mais de 1,5 milhões de cópias vendidas de seu segundo trabalho intitulado “Dois”, a Legião Urbana se firmava como uma das maiores bandas do país alcançando um sucesso de público e de crítica poucas vezes visto no Brasil. Já o RPM ultrapassou todas as marcas possíveis e imagináveis com o multiplatinado “Rádio Pirata Ao Vivo”, tornando-se o maior fenômeno musical do país, literalmente enlouquecendo milhares de fãs. Com as carreiras já mais adiantadas, os Paralamas do Sucesso apresentaram “Selvagem?”, terceiro trabalho aclamado pela crítica que trazia as faixas “Alagados” e “A Novidade”, grandes sucessos comerciais. Também em seu terceiro disco, os Titãs lançaram o irretocável “Cabeça Dinossauro”, que viria a figurar entre os dez discos mais importantes já lançados no Brasil segundo a crítica especializada.
 
 
Barão Vermelho - Declare Guerra

Varsóvia - Varsóvia

Golpe de Estado, hard rock com qualidade

O Fellini apresentava um rock com pitadas de pós-punk e MPB

Smack - Smack

Mercenárias - Cadê das Armas?

O veterano Kid Vinil lança um único disco ao lado dos Heróis do Brasil

Muzak - Muzak

 
Mais à frente na carreira, o Barão Vermelho produziu seu quarto disco, “Declare Guerra”, pouco trabalhado pela gravadora e o primeiro sem Cazuza à frente dos vocais, fatos que contribuíram para um baixo sucesso comercial, contudo, importante por ser o primeiro com Frejat nos vocais, iniciando assim uma fase de grande sucesso que estaria por vir. No underground, nomes relevantes se destacaram: com seus discos homônimos estrearam Varsóvia, Kid Vinil & os Heróis do Brasil, Golpe de Estado e Muzak, além das Mercenárias com “Cadê as Armas?”, Smack, mais um conjunto paralelo do guitarrista Edgard Scandurra, com “Noite e Dia” e ainda a banda Fellini, que lançou seu segundo disco intitulado “Fellini Só Vive 2 Vezes”. Como dito no início, inimaginável atualmente um ano de tamanha relevância para a música no Brasil e curioso pensar que aquele ano, já distante três décadas, tratou-se apenas de mais um capítulo daquilo que já vinha acontecendo de positivo no rock tupiniquim.

 

 
Sem Cazuza, o Barão Vermelho dá o primeiro passo rumo à era Frejat

Varsóvia, forte influência do Joy Division

Golpe de Estado - Golpe de Estado

Fellini - Fellini Só Vive 2 Vezes

Smack, projeto paralelo ao Ira! do guitarrista Edgard Scandurra

As Mercenárias, mais um projeto de Scandurra

Kid Vinil & Os Heróis do Brasil

A banda Muzak, que surgiu no cenário lançando o Mini-LP homônimo


 

Marcelo

16 de fev. de 2016


CINEMA & VIDEO

OS 50 ANOS DA SÉRIE “BATMAN”

 

 


 
Este ano a série “Batman” exibida entre 1966 e 1968 completa 50 anos. Diferentemente do que acontece nos dias atuais, quando seriados e filmes de super-heróis são hipervalorizados, naquela época as figuras oriundas dos quadrinhos eram seguidas por um número restrito de fãs. A própria ABC Network, responsável pela produção das aventuras do homem-morcego para a televisão, a princípio havia demonstrado interesse em produzir uma série para o Superman, mas os direitos do personagem já haviam sido adquiridos por um musical. Com um forte tom humorístico, é considerada por muitos como uma sátira ao personagem, inclusive pela forma física apresentada pelo protagonista Adam West.
 
 





 
Inicialmente criticada pelos fãs pela falta de seriedade, na realidade a série trazia referências à política da época, inclusive à participação dos EUA na guerra do Vietnã. O jornal Pravda, da extinta União Soviética acusou o seriado de fazer uma lavagem cerebral no público norte-americano, a fim de torná-los melhores assassinos na guerra contra os vietnamitas. Exibidas no horário nobre, com o passar do tempo, as aventuras do milionário Bruce Wayne se firmaram, arrebanhando um número cada vez maior de fãs, dando início ao que foi chamado de “batmania”. Batman rendeu cerca de 75 milhões de dólares em marketing e produtos para crianças e adultos, uma verdadeira fortuna para 1966. Uma curiosidade: Robin (vivido pelo ator Burt Ward) diz mais de 360 vezes “santa – alguma coisa” durante a série, algo que se tornou sua marca registrada.
 
 


Os vilões da série: Mulher-Gato, Charada, Pinguim e Coringa




 
Marcelo