5 de dez. de 2011

BECO DA HISTÓRIA
CENTENÁRIO DE CARLOS MARIGHELLA (1911 – 2011)












Carlos Marighella dedicou sua vida aos ideais políticos e sociais. Nasceu em 5 de dezembro de 1911, na cidade de Salvador – BA. Filho de operário, não concluiu o curso de Engenharia Civil, preferindo enveredar-se pelo caminho das lutas sociais, tornando-se militante ativo do PCB (Partido Comunista do Brasil). Entre os anos de 1932 e 1939, acusado de subversão, foi preso e torturado por diversas vezes, agindo, inclusive, contra o terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas. Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do partido comunista. Após a queda de Getúlio e da convocação de eleições gerais, Marighella elegeu-se deputado federal constituinte pelo estado da Bahia, porém, em 1948 foi deposto pelo governo Dutra, voltando à clandestinidade. Passou então a ocupar cargos na direção do partido.



Carteira de filiação de Carlos Marighella ao PCB



Prontuário de Marighella no DOPS





Em 1955, o início do governo Kubistchek permitiu que os comunistas, mesmo na ilegalidade, atuassem de modo mais visível. Com o golpe militar de abril de 1964, instaura-se a ditadura militar. Marighella passa então a ser perseguido pela polícia e em maio daquele ano é baleado, espancado e preso no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Sua resistência à prisão acabou por se tornar um ato político de repercussão nacional. Permaneceu preso por 80 dias. No ano seguinte, começa demonstrar sua intenção de organizar a resistência dos trabalhadores brasileiros contra a ditadura e pela libertação nacional. Em 1967, após visitar Cuba contrariando ordens da cúpula partidária, Marighella é expulso do PCB. Retorna ao Brasil e funda a ALN – Ação Libertadora Nacional, dando início à luta armada contra a ditadura, que desencadearia um dos senão o pior período da nossa história.



A notícia de sua morte




Carlos Marighella participou ativamente de diversas ações armadas, tornando-se conhecido como comandante de parte das ações guerrilheiras. A partir de então os órgãos repressores concentraram esforços em sua captura, considerando-o um dos principais inimigos do regime militar imposto no Brasil. No dia 4 de novembro de 1969, às oito da noite, Marighella foi vítima de uma emboscada armada pelos verdadeiros inimigos do povo brasileiro, comandada pelo então delegado do DOPS Sérgio Paranhos Fleury e foi assassinado a tiros em frente ao número 800 da Alameda Casa Branca, em São Paulo.  Ele foi sepultado como indigente no cemitério da Vila Formosa, onde permaneceu até 1979, quando foi transportado por familiares para sua terra natal. A lápide de seu túmulo foi desenhada pelo arquiteto Oscar Niemmeyer e traz a figura de um homem em posição de luta e a frase “Não tive tempo para ter medo”. Seus ideais não morreram com ele e sua experiência acumulada em anos de atividade política foi registrada em textos que percorreram o mundo, sendo traduzidos para diversas línguas e lidos na América Latina, Europa, África e parte dos países árabes. A ALN, organização fundada por ele, sobreviveu lutando até 1974.



Marcelo

Um comentário:

Anônimo disse...

Texto interessante, gostei.