FORA DE ORDEM
MOVING PICTURES - RUSH
Quando a história do artista ao qual vou me referir é muito longa eu prefiro não entrar muito em detalhes. É o caso desse disco que vou sugerir aqui nesta postagem. O disco é o Moving Pictures e o grupo chama-se simplesmente, Rush. Mas o resumo torna-se até fácil devido às pouquíssimas alterações que esse trio de Toronto, Canadá, sofreu em seus trinta e poucos anos de carreira, ou seja: Quando iniciou suas atividades, em 1968, os integrantes eram outros. O baixista e vocalista chamava-se Jeff Jones e o Baterista era John Rutsey. O primeiro nem chegou a participar de disco. Saiu cedo e por muitos nem é considerado integrante. O segundo foi substituído logo após o lançamento do primeiro disco e por motivos de saúde, nem iniciou a primeira turnê do trio. Sendo assim, o Rush de fato é Geddy Lee, cantor, tecladista e baixista, Alex Lifeson, Guitarrista e Neil Peart, baterista e letrista, de 1975 até os dias atuais. O trio se destaca pela altissima qualidade de seus músicos. Os três são virtuosos e juntos conseguiram uma sonoridade única dentro do rock, que aliada às suas letras místicas, filosóficas e espaciais, fazem deste, um dos melhores grupos de rock de todos os tempos. Discos bons são vários. Tem os progressivos, tem os mais pesados, os mais conceituais, melodiosos, etc. Todos com qualidade sonora indiscutível, então escolhí um ao acaso. O Moving Pictures é um disco que sintetiza um pouco esses estilos. É pesado, melodioso, meio autoral, tem boas letras e é muito gostoso de ouvir desde que foi lançado em 1981 até hoje. O disco não fica velho. É pra se ouvir de cabo a rabo e ter vontade de repetir. E é apenas o oitavo disco dos vinte de estúdio do trio. Tem ainda os discos ao vivo que tem suma importância pois são todos executados na íntegra apenas por seus integrantes. Não usam backing vocals, convidados ou overdubs; Não usam porque não precisam. O Rush sempre executou suas obras ao vivo respeitando ao máximo a composição original. Já estou me estendendo, sem perceber. Baixem o disco e escutem. De repente quem ouvir me dá razão. Pode comentar.
Zé Vicente
http://www.4shared.com/rar/wlDiyiqc/Rush_-_1981_-_Moving_Pictures.html
FORA DE ORDEM
PARTIDEIRO DA PESADA – BEZERRA DA SILVA
Faço aqui, com muito orgulho, a indicação de um disco desse pernambucano chamado José Bezerra da Silva, a quem sempre admirei pela honestidade que o acompanhou em seus trinta anos de carreira, que ficou registrada em quase trinta discos, dos quais alguns se tornaram verdadeiros clássicos do samba de raiz. Bezerra da Silva nasceu em Recife no ano de 1927 e ainda rapaz mudou-se para o Rio de Janeiro, onde sofreu muito pra sobreviver, tendo inclusive morado na rua por muitos anos até encontrar abrigo no Morro do Cantagalo, onde teve os primeiros contatos com o samba, trabalhando como pintor. Participou de blocos de carnaval e como tinha veia artística resolveu tentar ser cantor de samba, apesar de ser nordestino, coisa que na época não combinava. Nos primeiros cinco anos, passou quase despercebido. Gravou seu primeiro disco em 1975. Mas a partir de década de oitenta passaram a prestar mais atenção àquelas músicas que falavam do dia a dia dos morros, da malandragem, das drogas entre outras coisas peculiares à vida das favelas cariocas, ditas de uma maneira natural e direta que podia ser entendida por qualquer pessoa que as ouvisse. Bezerra passou a receber composições de anônimos que retratavam nada mais que a realidade daquele povo que o rodeava. Sempre prezou muito a lealdade e condenava visceralmente a chamada caguetagem, que rola muito onde se cruzam polícia e bandido, tendo mencionado esse tema em várias músicas. Bezerra nunca privilegiou um ou outro, coisa que o tornou muito respeitado por ambos os lados não só no Rio de Janeiro como em todo Brasil. O disco que indico Chama-se Partideiro da Pesada e foi lançado em 1991, sendo seu décimo sétimo trabalho em vinil, na época.
Esse disco é recheado de clássicos e mesmo quem não gosta desse tipo de samba, chamado popular, acaba se interessando já na primeira música. É samba muito honesto e por incrível que pareça, de boa qualidade. Eu, que também escuto e gosto do samba mais bem elaborado, tive que me render à simplicidade e carisma desse sambista único que infelizmente nos deixou no ano de 2005 aos setenta e sete anos de idade. Fica hoje pro Bezerra, as homenagens de vários artistas brasileiros que regravam seus trabalhos e um grande acervo de discos para serem explorados pelas gerações futuras que se interessem pela crônica da realidade do nosso país. Tem um link abaixo. Baixe, ouça e opine, se quiser.
Zé Vicente
http://www.4shared.com/rar/c-x3t3t0/Bezerra_da_Silva_-_1991_-_Part.html