5 de set. de 2012



FORA DE ORDEM


ROOTS TO BRANCHES – JETHRO TULL




























O Jethro Tull é um grupo inglês formado em 1967 num lugar chamado Blackpool. Inicialmente voltado apenas para o blues, já em 1968 lançou seu primeiro disco. Nesse grupo, duas cabeças comandavam. Um bom guitarrista e razoável cantor chamado Mick Abrahams e uma figura completamente fora de qualquer padrão no rock chamado Ian Anderson. Este sim, excelente cantor, ainda tocava flauta, harmônica, violão, teclados e outros instrumentos. E tinha o principal para se tornar uma estrela do rock mundial. Era uma figura altamente carismática. Os empresários não viam isso e queriam Ian apenas nos teclados e que Abrahams ficasse à frente na guitarra e vocais. Claro que isso não ia dar certo. As idéias de Ian Anderson iam muito além do blues, que era considerado por ele como uma música que não permitia muitas variações e tinha um público específico. Ian era um músico erudito e suas idéias musicais eram muito amplas. E ele tinha como instrumento preferido, a flauta e pretendia usá-la. Mick Abrahams percebeu isso e logo após o primeiro disco deixou o Jethro Tull livre para criar e nos brindar com uma obra gigantesca e criativa que começou no blues, passou pelo clássico, visitou o folk, brincou no jazz, abusou no progressivo, foi no art rock e resvalou até no metal. Então, Ian Anderson pode mostrar todo o seu potencial. Dono de uma bela voz, Ian assumiu a liderança do grupo e é de sua cabeça que saiu praticamente todas as composições e arranjos para os vinte e tantos discos de estúdio, quase dez ao vivo e mais de quinze coletâneas, divididos por fases e estilos, coisa que impediu que seu trabalho ficasse repetitivo. E o grupo nunca ficou muito tempo com uma formação. Por lá passaram, antes da formação atual, sete bateristas, seis baixistas, seis tecladistas e o único que continua desde o segundo disco, é o guitarrista, chamado Martin Barre, companheiro inseparável e amigo de Ian. As mudanças de formação permitiram que cada um trouxesse o seu estilo próprio para a banda, coisa que fazia parte da proposta de Ian Anderson.  O Tull tem discos para todos os gostos e em suas performances ao vivo fazem uma mescla desses estilos e quanto mais velhos ficam, melhores são seus shows. Isso pode ser conferido em mais de doze vídeos oficiais espalhados por aí. São muitos discos famosos. Alguns premiados, outros cultuados, mas eu escolhi o vigésimo disco de estúdio para indicar aqui. É o disco de 1995 chamado quase sintomaticamente de Roots to Branches. Belíssmo disco que remete o Jethro Tull aos estilos que passaram por sua carreira. Lindas melodias e letras, belos arranjos e uma mistura de simplicidade e criatividade peculiares ao seu líder. Quem não conhece essa banda, vai, com certeza, depois de ouvir e esse trabalho, se interessar em pesquisar sua longa carreira. O Roots to Branches é um bom começo e a história desse grupo é fantástica. Por isso tem um link logo abaixo pra quem quiser conferir e comentar.



ZÉ VICENTE


http://www.filestube.com/2494edc700bc472703e9,g/1995-Jethro-Tull-Roots-To-Branches.html






FORA DE ORDEM


JARDS MACALÉ – JARDS MACALÉ




























Eu agora vou falar de um dos artistas mais completos do Brasil em todos os tempos. E também dos mais autênticos e malditos. Jards Anet da Silva, ou Jards Macalé, como ficou mais ou menos conhecido. Pra falar desse cara, é preciso, antes, ser muito fã. Macalé não tem classificação musical. Ele produziu trabalhos que vão da bossa nova e do samba ao rock, passando pelo jazz e pelo clássico e esbarrando no pop, com propriedade de quem nasceu entre músicos e estudou música como poucos neste país. Piano e orquestração ele aprendeu com o maestro Guerra Peixe, violão, com Turíbio Santos, além de violoncelo e análise musical com conceituados professores. Jards nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro em 03 de março de 1943 e ganhou o apelido de Macalé quando mudou-se pra Ipanema ainda garoto. Formou grupos na adolescência, mas sua carreira começou mesmo em 1965, como violonista do Grupo Opinião. Apareceu para o público no 4º Festival Internacional da Canção com a música Gothan City, que ficou posteriormente conhecida quando regravada pelo grupo Camisa de Vênus. Entre 1965 e 1970, dirigiu shows importantes como por exemplo Maria Bethânia e teve composições gravadas por Elizete Cardoso, Nara Leão entre outros. Trabalhou em discos de Gal Costa como produtor e morou em Londres com Caetano Veloso e Gilberto Gil, com os quais tem algumas composições. Era o ano de 1972. Ano do disco que aqui irei indicar. Macalé não aderiu ao Tropicalismo por achar que o movimento tinha interesses comerciais, tendo inclusive rompido com Caetano e Gil e seguido mais só e mais maldito que antes. Teve como parceiros em composições figuras como Capinam, Waly Salomão, Torquato Neto, Jorge Mautner, Naná Vasconcelos, Abel Silva, Vinícius de Moraes, e outros mais. Trabalhou no cinema tendo feito trilhas sonoras para filmes famosos de cineastas alternativos como Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos e também como ator em filmes desses conceituados e cultuados diretores. Já deu pra ter uma idéia. Pra saber mais é só pesquisar a carreira desse grande e injustiçado artista brasileiro. Então vou indicar aquele disco de 1972. Foi o primeiro de fato na carreira de Jards Macalé. Tem o seu nome apenas, e foi gravado em muito pouco tempo. Quase que um ensaio, Macalé tocou violão e cantou e teve ao seu lado simplesmente Lanny Gordin tocando violão solo e contrabaixo e o baterista Tutti Moreno, que dispensa comentários. O resultado foi um disco completamente diferente dos que se ouviam na época. Era jazz, era blues, era rock, era samba, era clássico. Disco renegado na época, hoje é um clássico. Verdadeira aula dada por três músicos competentíssimos, e que até hoje soa moderno. É um disco redondo de ponta a ponta. A melancolia de suas melodias e letras se confundem e Macalé despeja uma tristeza e ironia de modo visceral, de forma crua, minimalista e totalmente anti comercial. Disco pouco ouvido e muito pouco vendido. Disco atual que está disponível no link logo abaixo. Se eu fosse você daria uma conferida. Se eu exagerei, me diga porque, faça um comentário. É isso.



ZE VICENTE


http://www.mediafire.com/?zwbstp9teask7wb

Um comentário:

Marcio Antº disse...

caro Zé Vicente , obrigado por compartilhar fatos sobre as bandas, são bem interessante, parabéns