OPINIÃO
Raul Seixas faleceu há vinte e três anos, em
decorrência do abuso de substâncias químicas a que se submeteu durante sua
breve existência. Quando da sua morte, o Maluco Beleza tinha apenas 44 anos.
Contudo, foi tempo suficiente para escrever de forma definitiva seu nome na
história da música e da arte popular do nosso país e com rara inspiração. Dia
desses, voltando para casa avistei um garoto com uma camiseta onde estava escrita
a seguinte frase: “O Raulseixismo nunca vai morrer”. O curioso é que o garoto,
se muito, tinha uns quinze anos, ou seja, ele nasceu quase dez anos depois do
passamento de Raul e mesmo assim tornou-se admirador da vida e da obra daquele
baiano amalucado e contestador. Raul para mim, além de poeta e músico, foi um
destacado pensador, que figura ao lado de outros grandes como, por exemplo, Chico
Buarque de Hollanda, e fico satisfeito sempre que vejo alguém da novíssima
geração reconhecer o valor dessas ilustres figuras da rica arte brasileira em
vez de se juntar à grande maioria e valorizar estilos musicais e posturas que
definitivamente deveriam ser abolidas e abominadas. Tudo bem que um pouco de
diversão não faz mal a ninguém, mas quando essa dita diversão pende para o lado
da mais pura idiotice ou promiscuidade, imagino que deva ser não vigiada no
sentido estrito, mas de alguma forma acompanhada com certa cautela. Mas quem
sou eu para julgar ou definir alguém? Apenas sinto-me melhor em saber que
muitos não se renderam e não se rendem a modismos e posturas que, na grande
maioria das vezes, não traz benefício nenhum, seja ele intelectual ou musical
ou de qualquer outra forma. Que não morra nunca o “Raulseixismo, o
“Chicobuarquismo”, o “Caetanismo”, o “Leninismo”, o “Djavanismo”, o “Alceismo",
o “Marcelonovismo” e tantos outros bons “ismos” que temos. A cultura está por
aí, de várias formas, é só procurar!
Marcelo
Um comentário:
Assino em baixo em tudo que você falou mano.
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