LENDAS, MITOS & AFINS
O BARQUEIRO DA MORTE
Os gregos e romanos da
antiguidade acreditavam que as almas dos mortos deveriam fazer a travessia do
Aqueronte, rio transformado por Zeus em parte do inferno após suas águas terem
sido fornecidas aos titãs, seus inimigos, pelo filho do Sol e da Terra. Caronte, um deus idoso, mas
imortal, era o responsável pela travessia das almas dos mortos para a outra
margem do rio até o local onde lhes era destinado. O barqueiro da morte
transportava somente as almas dos mortos cujos corpos tivessem sido devidamente
sepultados e os vivos lhes prestado as devidas homenagens fúnebres. Caronte cobrava
pela travessia, partindo daí o costume de povos antigos enterrarem seus entes
com uma moeda (óbolo) debaixo de suas línguas ou sobre seus olhos, a fim de lhes
possibilitar o último transporte. Os mortos que não pudessem pagar eram
condenados a vagar pela margem do rio por um período de cem anos e acreditava-se
que durante este período assombravam o mundo dos vivos. O estudo das sepulturas
gregas do século IV a.C. demonstra a existência da crença na vida além túmulo:
pinturas mostram situações em que vivos cuidam e enfeitam as lápides dos que
partiram e nelas não raramente aparece a figura da lendária barca de Caronte.
Marcelo
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