16 de fev. de 2013

LITERATURA

















Poder

Podemos ser o que somos, ou
Mostrar que somos o que não somos,
Podemos fingir, dissimular,
Enganar.
Podemos inclusive, nos enganar,
Ou pensar que enganamos.
Nos enganamos.
Podemos usar a filosofia,
Abusar da hipocrisia,
Dizer sim ou não,
Colocar ao nosso redor
A redoma da religião.
Podemos usar de dia, a moral
E à noite pensar no mal.
Esconder nossos defeitos,
Negar nossos instintos,
Camuflar nossos desejos secretos,
Sermos discretos.
Podemos querer parecer certos
À vista dos tolos incrédulos,
Fingir não se importar com sexo,
E acreditar que isso tem nexo.
Podemos esconder o prazer,
E na solidão do quarto, sofrer.
Podemos querer o poder,
Ser egoísta sem perceber,
Esquecer a simplicidade do ser,
Podemos por tudo a perder.
Perdemos ao sermos radicais
Quando podíamos ser normais.
Tudo é válido, a vida é curta
O mundo é grande
A morte é certa.
Podemos acordar pra realidade
Encarar a vida sem preconceitos
Dividir os direitos, achar jeitos.
Procurar laços estreitos.
Podemos amar sem censura
Pensar que na vida,
Não há limites para a procura,
Podemos modificar
A nossa própria estrutura.
Prestar mais atenção à natureza
Por as cartas na mesa
E encontrar em nós mesmos
A verdadeira certeza.

Zé Vicente 


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