BECO DA HISTÓRIA
Ontem,
11/01, Ariel Sharon, ex-premiê israelense faleceu aos 85 anos, após oito anos
em estado de coma. Sharon esteve direta ou indiretamente envolvido no massacre
ocorrido no Líbano em 1982, capítulo negro na história das batalhas entre
judeus e palestinos. O post abaixo foi publicado em 2008 no blog Armazém,
principal embrião do Papo de Esquina.
O
MASSACRE DE SABRA E SHATILA
Após o
holocausto causado pelos nazistas, reforçou-se a ideia do movimento sionista,
que pregava que os judeus deveriam possuir um Estado nacional. Partindo daí,
fundou-se em 1948, na Palestina, que era governada pelos ingleses, o Estado de
Israel. O planejamento de criação desse Estado data desde 1922, mas não como um
Estado soberano. Para os judeus, a Palestina é a terra prometida, contudo, a
região já era ocupada por povos de cultura e tradição tão antigas quanto a
deles, que não viram com bons olhos a invasão de seu território que, em sua
grande maioria, são formados até hoje por pobres e analfabetos. Em 1948, após a
proclamação do Estado de Israel, os ingleses se retiraram e, imediatamente,
Israel foi atacado pelo Egito, o Iraque, a Jordânia, o Líbano e a Síria, que
foram derrotados em poucos meses. Após tal derrota milhares de palestinos
tiveram que abandonar a região e foram exilados. Assim nascia outro drama: o
dos refugiados palestinos.
O Líbano,
que sempre despertou interesse entre os sionistas, foi invadido por Israel em
1982. Com a invasão, a responsabilidade pela proteção e integridade dos civis
libaneses passou a ser de Israel e grande parte dos refugiados palestinos foi
concentrada nos campos de Sabra e Shatila, na periferia de Beirute. O Ministro da Defesa de Israel, na época, era
Ariel Sharon.
Imagem que captura o campo de refugiados horas depois do ataque |
Na noite
de 16 para 17 de setembro de 1982, milicianos cristãos maronitas, contrários às
massas árabes muçulmanas e que haviam feito aliança com Israel, invadiram os
campos de Sabra e Shatila e massacraram milhares de pessoas, sendo que no
início do massacre a maioria foi morta a facadas, silenciosamente. Tal
incidente durou por volta de 40 horas e, dependendo da fonte de informação,
estimasse que o número de mortos varie entre 800 a 3.500 pessoas. As primeiras
notícias do massacre causaram uma onda de indignação mundial e tropas da ONU
foram encaminhadas para Beirute, com o fim de proteger os campos de refugiados.
Ariel Sharon negou qualquer envolvimento israelense com o fato, contudo, foi
demitido do cargo de Ministro da Defesa e pedido o seu banimento da vida pública
na época. Até hoje paira a dúvida quanto ao fato da participação ou não dos
israelenses, o que não deixa dúvida é de que se tratou de um ato terrorista de
extrema covardia e violência contra civis, um verdadeiro crime de guerra que não deve ser esquecido e não deveria jamais ser repetido.
Marcelo
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