LANÇAMENTO COMENTADO
TITÃS – NHEENGATU (2014)
Depois do fraco “Sacos Plásticos” (2009), os Titãs se
deixam influenciar pelas suas próprias raízes e lançam “Nheengatu”, comprovando
que ainda são capazes de produzir algo relevante. O disco tem pouco mais de
trinta minutos, onde estão distribuídas 14 faixas, na sua grande maioria com
pouco mais de dois minutos. Os arranjos estão mais pesados e remetem a álbuns
como “Cabeça Dinossauro” (1986) e “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”
(1987). Os remanescentes da banda paulistana abordam temas polêmicos, como a
situação sócio-política do país, a truculência policial, violência doméstica
contra mulheres, o preconceito racial, homofobia e a passividade popular.
Obviamente, a ausência dos ex-integrantes é sentida, principalmente na ‘cozinha’
da banda, onde a bateria firme de Charles Gavin e o baixo particular de Nando
Reis fariam uma enorme diferença, apesar do som de “Nheengatu” ser razoavelmente
consistente. Nheengatu foi o nome dado pelos jesuítas do Brasil colonial à língua
que tentou unificar os idiomas indígenas ao português. A capa traz uma parte da
obra “A Torre de Babel”, do artista belga Pieter Bruegel, outro detalhe que
novamente remete aos anos 80. Destaque para as faixas ‘Mensageiro da Desgraça’,
‘República dos Bananas’, ‘Canalha’ (regravação de Walter Franco), ‘Pedofilia’, ‘Flores
pra Ela’, ‘Senhor’ e ‘Quem são os Animais’. Vale conferir!
Marcelo
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