23 de jul. de 2012


FORA DE ORDEM


BLACK CELEBRATION – DEPECHE MODE









Chegou a vez do Depeche Mode  na seção Fora de Ordem. Na condição de admirador de muito tempo desse grupo, preciso ser cuidadoso pra falar desses caras e não parecer mais um daqueles seguidores fanáticos cheios de posters e recortes espalhados pelas paredes do quarto e que acham que tudo que eles gostam é sempre o melhor. Não tenho esse problema. Gosto de todo tipo de boa música, não importa o gênero, e ouço e julgo um músico pelo seu trabalho e não pela aparência ou nível de sucesso atingido. No caso do Depeche Mode acontece uma coisa interessante. Eles conseguiram juntar boa aparência com excelente música. Agradam ao público feminino e ao masculino da mesma forma e não parecem se importar muito com o que mais agrada um ou outro. O fato é que sempre se preocuparam em mandar para os nossos ouvidos música de alta qualidade. Bem no início, aconteceu uma coisa interessante e fundamental que deve ser lembrada. O seu fundador e principal compositor Vince Clarke deixou o grupo logo após o lançamento do primeiro disco para fundar um outro, o Erasure e, sem saber, estava fazendo o maior favor para o futuro dos que ficaram. Digo isto, porque Vince era um compositor e músico limitado e a partir de sua saída, um outro integrante assumiu a condição de letrista. Seu nome, Martin L. Gore, este sim, tinha tudo que precisava. Bom compositor, excelente cantor e músico. A prova está aí até os dias de hoje. O substituto de Vince Clarke foi Alan Wilder, tecladista e baterista, que tocou até 1995. E a partir daí, o Depeche Mode virou trio. Então, é o seguinte. O Depeche Mode é um grupo de música pop basicamente eletrônica que passeia pela new wave e pelo rock eletrônico, fundado em Essex, Inglaterra no ano de 1980, que já lançou treze álbuns de estúdio, inúmeras coletâneas e discos ao vivo além de uma infinidade de singles entre 1980 e 2012. Seus integrantes atuais são Martin L. Gore, Andrew Fletcher e David Gahan. David, o vocalista principal, também foi quem trouxe o nome para essa banda. O Depeche Mode é recordista inglês em colocar músicas nos primeiros lugares das principais paradas daquele país. É reconhecido no mundo inteiro, já tendo inclusive vindo ao Brasil. O disco que vou indicar não é o de maior sucesso, mas é um dos melhores de sua carreira. Black Celebration foi lançado em 1986 e é o quinto disco de estúdio. De extrema beleza e bom gosto, deve ser ouvido de ponta a ponta e logo torna-se disco essencial para quem ouve. É a música eletrônica executada com maestria e beleza e a voz de David Gahan, de timbre inconfundível deixa essa obra redonda e indispensável. É um  disco rico em detalhes e que deve ser ouvido com atenção. A partir daí virá uma curiosidade natural de se ouvir outros e de se pesquisar mais sobre a história da banda mais influente dos anos oitenta. O Depeche Mode, apesar do nome, não foi moda passageira, felizmente. O link está aí. É só conferir.



Zé Vicente






FORA DE ORDEM


ORIGENS – MARTINHO DA VILA



















Hoje minha homenagem vai para Martinho José Ferreira, o maior sambista do Brasil em todos os tempos, doa em quem doer e esperneie quem não concordar. Martinho da Vila nasceu em Duas Barras, Rio de Janeiro em 12 de fevereiro de 1938 e começou sua história no samba em Vila Isabel, em 1965, numa Escola de Samba que se confunde com o próprio cantor e compositor desde então.  A carreira de Martinho é muito rica e o seu sucesso nesses quarenta e tantos anos não é de graça. Sambista de timbre diferente e gingado próprio que contagia, é compositor de samba em suas mais variadas vertentes. Compões samba-enredo como poucos e viaja pelo samba de roda, pelo calango pela bossa nova, côco, e outras modalidades de samba e ainda pesquisa esse ritmo pelos paises de língua portuguesa, tendo, inclusive, discos gravados registrando essas pesquisas. E também é um grande difusor do folclore brasileiro em sua música. Martinho é reconhecido internacionalmente, e, no Brasil tem muitos prêmios e condecorações em sua coleção. Vale a pena fazer um a pesquisa detalhada sobra a vida desse cidadão brasileiro que tanto contribuiu para que o bom samba não fosse esquecido e substituído pela música que se ouve hoje com esse rótulo e que em nada lembra a sua verdadeira essência. E vale a pena também pesquisar e ouvir sua obra em discos. O Martinho sempre foi caprichoso nas gravações de seus discos e é um dos maiores divulgadores dos verdadeiros sambistas da velha guarda que muito contribuíram para o samba e não tiveram seus nomes festejados na grande mídia, muitos inclusive tendo morrido à mingua num canto qualquer da cidade.  Eu não posso me alongar, pois preciso indicar um disco que dê uma idéia da alta qualidade desse artista, então depois de muito pensar, decidi indicar um disco dos anos setenta, fase muito rica da carreira do sambista. Foi lançado em 1973 com o nome de Origens e é bom avisar que não é uma coletânea, já que na primeira audição vai se ficar com essa impressão em virtude das músicas serem quase em seu total conhecidas. Qualquer pessoa, mesmo não sendo fã de samba ou de Martinho da Vila, vai cantarolar uma boa quantidade de músicas que se tornaram populares em todo Brasil e que ficaram gravadas na memória, não pela insistência do rádio, mas pela qualidade indiscutível da letra, da música e da voz desse verdadeiro representante da boa música popular brasileira, que até os dias de hoje, ainda nos brinda com a sua simpatia e alta competência musical. Vou deixar um link aí pra quem quiser tirar a prova e discutir se é verdade tudo que já foi dito sobre o nosso homenageado.


Zé Vicente


http://www.4shared.com/rar/HgNWk1Rp/1973_-_Martinho_da_Vila_-_Orig.html

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