FORA DE
ORDEM
BLACK
CELEBRATION – DEPECHE MODE
Chegou a vez do Depeche
Mode na seção Fora de Ordem. Na condição
de admirador de muito tempo desse grupo, preciso ser cuidadoso pra falar desses
caras e não parecer mais um daqueles seguidores fanáticos cheios de posters e
recortes espalhados pelas paredes do quarto e que acham que tudo que eles
gostam é sempre o melhor. Não tenho esse problema. Gosto de todo tipo de boa
música, não importa o gênero, e ouço e julgo um músico pelo seu trabalho e não
pela aparência ou nível de sucesso atingido. No caso do Depeche Mode acontece uma coisa interessante. Eles
conseguiram juntar boa aparência com excelente música. Agradam ao público
feminino e ao masculino da mesma forma e não parecem se importar muito com o
que mais agrada um ou outro. O fato é que sempre se preocuparam em mandar para
os nossos ouvidos música de alta qualidade. Bem no início, aconteceu uma coisa
interessante e fundamental que deve ser lembrada. O seu fundador e principal
compositor Vince Clarke deixou o grupo logo após o lançamento do primeiro disco
para fundar um outro, o Erasure e, sem saber, estava fazendo o maior favor para
o futuro dos que ficaram. Digo isto, porque Vince era um compositor e músico
limitado e a partir de sua saída, um outro integrante assumiu a condição de
letrista. Seu nome, Martin L. Gore, este sim, tinha tudo que precisava. Bom
compositor, excelente cantor e músico. A prova está aí até os dias de hoje. O
substituto de Vince Clarke foi Alan Wilder, tecladista e baterista, que tocou
até 1995. E a partir daí, o Depeche Mode virou trio. Então, é o seguinte. O
Depeche Mode é um grupo de música pop basicamente eletrônica que passeia pela
new wave e pelo rock eletrônico, fundado em Essex, Inglaterra no ano de 1980,
que já lançou treze álbuns de estúdio, inúmeras coletâneas e discos ao vivo além
de uma infinidade de singles entre 1980 e 2012. Seus integrantes atuais são
Martin L. Gore, Andrew Fletcher e David Gahan. David, o vocalista principal,
também foi quem trouxe o nome para essa banda. O Depeche Mode é recordista inglês
em colocar músicas nos primeiros lugares das principais paradas daquele país. É
reconhecido no mundo inteiro, já tendo inclusive vindo ao Brasil. O disco que
vou indicar não é o de maior sucesso, mas é um dos melhores de sua carreira.
Black Celebration foi lançado em 1986 e é o quinto disco de estúdio. De extrema
beleza e bom gosto, deve ser ouvido de ponta a ponta e logo torna-se disco
essencial para quem ouve. É a música eletrônica executada com maestria e beleza
e a voz de David Gahan, de timbre inconfundível deixa essa obra redonda e
indispensável. É um disco rico em
detalhes e que deve ser ouvido com atenção. A partir daí virá uma curiosidade
natural de se ouvir outros e de se pesquisar mais sobre a história da banda
mais influente dos anos oitenta. O Depeche Mode, apesar do nome, não foi moda
passageira, felizmente. O link está aí. É só conferir.
Zé Vicente
FORA DE
ORDEM
ORIGENS –
MARTINHO DA VILA
Hoje minha homenagem
vai para Martinho José Ferreira, o maior sambista do Brasil em todos os tempos,
doa em quem doer e esperneie quem não concordar. Martinho da Vila nasceu em Duas Barras , Rio de
Janeiro em 12 de fevereiro de 1938 e começou sua história no samba em Vila Isabel , em 1965,
numa Escola de Samba que se confunde com o próprio cantor e compositor desde
então. A carreira de Martinho é muito
rica e o seu sucesso nesses quarenta e tantos anos não é de graça. Sambista de
timbre diferente e gingado próprio que contagia, é compositor de samba em suas
mais variadas vertentes. Compões samba-enredo como poucos e viaja pelo samba de
roda, pelo calango pela bossa nova, côco, e outras modalidades de samba e ainda
pesquisa esse ritmo pelos paises de língua portuguesa, tendo, inclusive, discos
gravados registrando essas pesquisas. E também é um grande difusor do folclore
brasileiro em sua música. Martinho é reconhecido internacionalmente, e, no
Brasil tem muitos prêmios e condecorações em sua coleção. Vale a pena fazer um
a pesquisa detalhada sobra a vida desse cidadão brasileiro que tanto contribuiu
para que o bom samba não fosse esquecido e substituído pela música que se ouve
hoje com esse rótulo e que em nada lembra a sua verdadeira essência. E vale a
pena também pesquisar e ouvir sua obra em discos. O Martinho
sempre foi caprichoso nas gravações de seus discos e é um dos maiores
divulgadores dos verdadeiros sambistas da velha guarda que muito contribuíram
para o samba e não tiveram seus nomes festejados na grande mídia, muitos
inclusive tendo morrido à mingua num canto qualquer da cidade. Eu não posso me alongar, pois preciso indicar
um disco que dê uma idéia da alta qualidade desse artista, então depois de muito
pensar, decidi indicar um disco dos anos setenta, fase muito rica da carreira
do sambista. Foi lançado em 1973 com o nome de Origens e é bom avisar que não é
uma coletânea, já que na primeira audição vai se ficar com essa impressão em
virtude das músicas serem quase em seu total conhecidas. Qualquer pessoa, mesmo
não sendo fã de samba ou de Martinho da Vila, vai cantarolar uma boa quantidade
de músicas que se tornaram populares em todo Brasil e que ficaram gravadas na memória, não
pela insistência do rádio, mas pela qualidade indiscutível da letra, da música
e da voz desse verdadeiro representante da boa música popular brasileira, que
até os dias de hoje, ainda nos brinda com a sua simpatia e alta competência
musical. Vou deixar um link aí pra quem quiser tirar a prova e discutir se é
verdade tudo que já foi dito sobre o nosso homenageado.
Zé Vicente
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