27 de ago. de 2012

VALEU A INTENÇÃO...
 
 
 
 
 
Há mais de 100 anos no local, o afresco “Eis o Homem”, de Elias Garcia Martinez, era um dos orgulhos do Santuário da Igreja Misericórdia, próximo a Saragoça, na Espanha. Com o passar dos anos, o afresco foi danificado pela ação do tempo e necessitava de restauração.
 
 
 
Uma senhora de 80 anos, cujo nome não foi divulgado pelas autoridades espanholas e que provavelmente sofra de algum disturbio mental, resolveu ela mesma restaurar a obra, sem o conhecimento dos responsáveis pelo local. O resultado está abaixo. O afresco não era considerado valioso, mas tinha uma importância cultural e social para a região. Restauradores profissionais tentarão recuperar os danos causados à pintura. O responsável pelos assuntos culturais da cidade afirmou que se a obra não puder mais ser restaurada, uma foto será afixada no local.
 
 
 
 
Marcelo

23 de ago. de 2012


HOMENAGEM
 
 
 
 
Hoje, 23/08, Paula Toller completa 50 anos! Paula sempre foi para mim uma musa, o que me fez, ao longo do tempo, possuir 90% da discografia do Kid Abelha, entre vinis e cd’s, e todos originais! Sempre acompanhei a carreira dessa carioca, dona de uma voz singular, compositora e carismática, que surgiu para o grande público ao som de “Pintura Íntima” junto com o grupo Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, nos idos anos 80. Atualmente, mesmo achando que os últimos lançamentos da sua banda já não fazem mais justiça aos anteriores, ainda mantenho o interesse em sua carreira, que recentemente completou três décadas. Parabéns, Paula Toller e que venham os próximos cinqüenta!
 
 
 
Kid Abelha durante apresentação no primeiro Rock in Rio, 1985
 
 
Marcelo

HUMOR
 
 
 
 
 
Adriano é o mais novo “reforço” contratado pelo Flamengo. Em sua apresentação, ocorrida no último dia 22, o jogador (jogador?) declarou o seguinte: “ainda não estou pronto para jogar”. Nos últimos dois anos, Adriano fez 16 partidas - oito jogos pelo Roma da Itália e oito pelo Corinthians. Fica a pergunta: quando será que ele estará pronto para jogar? Esse tipo de acontecimento somente aqui no chamado país do futebol, onde um ex-jogador, com uma carreira marcada mais por polêmicas em que se envolveu do que por títulos conquistados, é tratado como estrela e ainda recebe atenção da imprensa especializada, além de um belo salário. Ele está de volta, e certamente lá vem mais um fiasco do chamado “imperador”. Essa piada já perdeu a graça há muito tempo!
 
 
 
Marcelo

20 de ago. de 2012

GALERIA DAS ARTES
SAMBA – DI CAVALCANTI (1925)








“Samba” - 1925 – Di Cavalcanti (1897-1976) – óleo sobre tela – 177 x 154 cm. No último dia 13, a obra de Di Cavalcanti, com valor calculado em R$ 50 milhões foi destruída em um incêndio que atingiu a cobertura do colecionador Jean Boghici, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo o livro “Grandes Artistas Brasileiros” – Círculo do Livro – Art Editora – 2ª Edição, a boemia e as mulatas cariocas sempre foram grandes inspirações para o pintor e estão presentes na obra perdida. No centro da tela estão duas mulatas como figuras centrais, que originalmente foram pintas nuas e posteriormente “vestidas” pelo artista. Para a história da arte brasileira, uma perda irreparável.



Marcelo


FOTOS & FATOS





O ditador nazista Adolf Hitler posa com a torre Eiffel ao fundo em junho de 1940, oportunidade em que visitou Paris, conquistada pelas forças do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial. Ocasião fotografada pela propaganda alemã e difundida mundo afora.


Marcelo

HOMENAGEM






Robert Anthony Plant, nascido em 20/08/1948, hoje completa 64 anos. Escreveu com letras garrafais seu nome e o nome do Led Zeppelin na história da música. Congratulations!



Marcelo

16 de ago. de 2012

+ 1 VIDEO
ELVIS PRESLEY - THE WONDER OF YOU

Pequena homenagem a Elvis Aaron Presley (08/01/1935 - 16/08/1977)




Marcelo

14 de ago. de 2012

PESSOAL


O Anjo Torto

“Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar.”

Deixando esse bilhete, Torquato Pereira de Araújo Neto suicidou-se no banheiro de sua casa um dia após ter completado 28 anos de idade. No dia 10 de novembro de 1972 partia daqui um dos maiores e mais verdadeiros poetas de nosso país.









Um dia desses, depois de ouvir uma música que gosto muito chamada Destino, que é parceria de Torquato Neto com Jards Macalé, resolvi colocar a primeira frase no mural do meu facebook. Nunca precisei esperar datas de nascimento ou morte para fazer homenagens. Então, achando pouco apenas uma frase, resolvi aumentar a lembrança e fazer um texto dando uma pequena idéia de quem foi essa figura impar na cultura brasileira que decidiu se retirar do mundo tão cedo e por conta própria.
























O Torquato nasceu em 09 de novembro de 1944 em Teresina, capital do Piauí e já por aí começa a diferença. Aos dezesseis anos mudou-se para Salvador e foi estudar num colégio onde também estudava Gilberto Gil. Através de Gil, conheceu Caetano, Gal e Maria Bethânia. Conheceu também e trabalhou com Glauber Rocha. Iniciou-se aí uma trajetória importantíssima na cultura brasileira.




































Esse pessoal mudou-se para o Rio de Janeiro da Bossa Nova e do Samba e mexeu com as estruturas de forma contundente quando iniciaram um movimento cultural chamado Tropicalismo, que mudou o rumo não só da música, mas da poesia, do cinema e até das artes plásticas. O Tropicalismo defendia uma cultura popular genuinamente brasileira. Liberdade de expressão, cinema livre e poesia concreta, eram algumas das mudanças que eles propunham e Torquato Neto, que estudava jornalismo, inclusive  trabalhando nesse ramo, era um dos maiores defensores dessas mudanças.










Torquato participou do disco que deu partida para o estabelecimento desse movimento. O disco Tropicália – Panis et Circensis lançado em 1968 tem Torquato na capa e em duas parcerias. As músicas Mamãe Coragem e Geléia Geral, que trouxe uma linguagem totalmente nova em sua letra. Era apenas o início da inquietação desse artista.

Foram muitos os parceiros de Torquato até o início dos anos setenta. Na música, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Jards Macalé, entre outros. Na poesia seus amigos eram Décio Pignatari, Augusto de Campos e Haroldo de Campos, Ivan Cardoso, no cinema e Hélio Oiticica nas artes plásticas. E Glauber Rocha, que dispensa comentários. Torquato trabalhou em quatro filmes. Ora como ator, ora roteirista, ou apenas fazendo uma ponta.

Mas com o exílio de seus principais amigos depois do golpe militar e do Ato Institucional numero 5, iniciou-se uma fase muito ruim na vida do poeta. Andou pela Europa, chegando a morar um tempo por lá. Mas gostava do seu país e quando voltou, no início dos anos setenta, ficou decepcionado com o que viu. Com a censura e a perseguição política e policial, ficava muito pouco para a arte livre e restou aos artistas que ficaram, escrever e cantar, e se manifestar com bobagens segundo ele mesmo disse em comentários feitos a amigos, além do alto uso da maconha, muito popular, na época para tentar fugir da realidade então estabelecida.

E Torquato preferiu o álcool. E não se deu bem. Internações, crises, depressão, incoformismo. Perdeu amigos. Isolou-se e passou a definhar, o que culminou com sua trágica decisão. E um gênio quando decide, geralmente não volta atrás. Mesmo com mulher e um filho de apenas 2 anos de idade, Torquato decidiu sair da vida.







Sua passagem por aqui foi curta mas o que ele deixou registrado é de uma riqueza e importância que não pode ser esquecida. Ele ajudou a abrir caminho para a liberdade num país de pensamento medíocre e preconceituoso. Pagou o preço por estar à frente de sua época e não encontrou respaldo suficiente para continuar, infelizmente.

Sou contemporâneo de Torquato Neto e acompanhei sua pequena trajetória. Continuo acompanhando quando ouço as canções onde ele colocou sua poesia moderna e arrojada na voz daqueles que, assim como ele ainda passam pelo marginalismo e descaso quando se trata de cultura e arte verdadeira em nosso pobre país. Fica então a minha lembrança e homenagem A Torquato Neto e a esperança que aqueles que venham a ler esse texto, tenham a curiosidade de pesquisar sua obra e não deixar essa chama se apagar.

Zé Vicente

13 de ago. de 2012


MUSAS DO ESQUINA
DÉBORA NASCIMENTO


 






Débora Nascimento, paulistana, nascida em 16/06/1985. Iniciou a carreira de atriz em 2007, protagonizando o curta-metragem “Cérbero”. Atualmente, desenvolve seu sétimo trabalho para a televisão, vivendo uma das personagens sensuais da trama global das nove. No cinema, participou da produção norte-americana “The Incredible Hulk”, em 2008 e do filme “Budapeste” (2009), baseado na obra literária de Chico Buarque, além de inúmeras campanhas publicitárias como modelo.



















Marcelo  

BECO DA HISTÓRIA
VIRGULINO FERREIRA DA SILVA – O LAMPIÃO









Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1897/1938), nasceu em Serra Talhada, no sertão pernambucano. Foi vaqueiro e artesão. Aos 21 anos, viu seu pai, José Ferreira da Silva, ser morto por policiais, fazendo com que ele jurasse vingança. Por volta de 1920, alistou-se no bando do cangaceiro Sinhô Pereira. Após alguns anos, tornou-se comandante do bando. Lampião roubava comerciantes e fazendeiros, sempre distribuindo parte de seus saques para a população pobre da região. Sua fama e vida de crimes o levaram a ser o criminoso mais procurado do país. Há relatos de que Lampião e seu bando foram homens de extrema violência, seqüestravam crianças, ateavam fogo em fazendas, exterminavam rebanhos, estupravam, marcavam rostos com ferro quente, entre outros. Uma das histórias que envolvem a lenda foi o fato dele ter obrigado um de seus próprios homens a comer um quilo de sal antes de fuzilá-lo. Tais atos ou lendas lhe renderam o apelido de “O Rei do Cangaço”.




O bando de cangaceiros





Em 1926, quando se encontrava no estado do Ceará, devido à sua comprovada fama de estrategista, foi convidado pelo próprio Padre Cícero a combater a Coluna Prestes, marcha de militares rebelados. Em troca, Lampião receberia a anistia do governo e o posto de Capitão dos Batalhões Patrióticos, que combatiam os revolucionários da Coluna. Durante sua investida contra a Coluna Prestes, ao chegar ao estado do Pernambuco, foi novamente perseguido pelas volantes (polícia), fato que o fez perceber que nem a anistia e nem a patente eram reais e o fez voltar ao banditismo, passando a atuar nos estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará. Durante uma de suas inúmeras fugas, atravessou o Rio São Francisco e, após reestruturar seu bando no estado da Bahia, passou a agir também em Sergipe e Alagoas.




Lampião e Maria Bonita




Por volta de 1930/1931, conheceu Maria Déia, que apaixonada por ele, se juntou ao cangaço e ficou conhecida como Maria Bonita. Após isso, várias outras mulheres se juntaram ao bando de cangaceiros. Com Maria Bonita, Lampião teve uma filha chamada Expedita Maria Bonita. Na manhã do dia 28/07/1938, enquanto se preparavam para levantar, Lampião, seus homens e as mulheres que os acompanhavam foram mortos em uma emboscada preparada pelos policiais do Tenente João Bezerra. A volante alagoana, composta por 48 policiais, chegou de surpresa e liquidou os cangaceiros sem maiores dificuldades, pegando-os totalmente desprevenidos. Lampião estava acampado na Fazenda Angicos, situada em Sergipe e considerada por ele um local de total segurança. Até hoje não se sabe ao certo quem o traiu.





A macabra exposição dos restos mortais do cangaceiro e parte do seu bando




Lampião, Maria Bonita (que ainda estava viva) e mais nove cangaceiros tiveram suas cabeças decepadas e expostas em vários locais do país. Na cidade de Piranhas foram fotografadas juntamente com as armas e apetrechos dos cangaceiros. Seguiram para Maceió, Sul do Brasil e finalmente Salvador, na Bahia, onde ficaram expostas no Museu Nina Rodrigues por mais de três décadas. O cangaço teve seu fim no ano de 1940, após a morte de Corisco – o diabo loiro, que também teve sua cabeça exposta no referido museu em Salvador.Durante muitos anos, as famílias de Lampião, de Maria bonita e de Corisco lutaram para sepultar seus restos mortais. O enterro somente aconteceu depois do Projeto Lei nº 2867, de 24/05/1965 e das pressões do povo brasileiro. As cabeças de Virgulino e de Maria Bonita foram finalmente sepultadas em 06/02/1969. Os demais tiveram seus enterros uma semana depois.




Obra de Angela Oskar - papel machê - 60 cm




Algumas lendas explicam seu apelido, como por exemplo, o fato do cano de seu rifle, ao ser utilizado, lembrar a luz de um lampião, ou ainda, dele ter iluminado um determinado ambiente a tiros para que um de seus companheiros localizasse um cigarro perdido. Todos os integrantes do bando de Lampião possuíam apelidos curiosos, tais como Meia Noite, Carcará, Quinta-Feira, Mergulhão, Cajarana, Diferente, Cabeleira, Lamparina, Arvoredo, Moita-Brava, Candeeiro e Seca Preta, além de Corisco – o diabo loiro.
Lampião é considerado por muitos como um bandido sanguinário e por muitos outros como um verdadeiro herói. Fato é que acontecimentos, mitos e lendas que envolvem sua história e a de seu bando fazem dele parte importante da nossa rica cultura.

  

Marcelo

12 de ago. de 2012


DESTAQUE SOBRE RODAS
BUICK RIVIERA 1966









O Riviera foi um cupê de luxo produzido pela Buick, divisão da GM, entre os anos de 1963 e 1999. Em destaque está o modelo 1966, segunda geração do automóvel. Naquele ano, alguns detalhes foram redesenhados: os faróis, quando não utilizados, retraiam-se para detrás da grade dianteira, as janelas de ventilação foram eliminadas, o capô ficou mais longo e as lanternas traseiras ganharam um novo desenho. O Riviera não fazia parte do seguimento dos “muscle cars”, mesmo possuindo um motor V8, já que seu desempenho não era algo extraordinário (0-60 Km/h em 8.6 seg). As alterações introduzidas no modelo 66 alavancaram as vendas, com um aumento de significativos 50% em relação ao ano anterior.









Marcelo
CARTOONS, CHARGES & AFINS


Por Amâncio - RN


Por Ivan Cabral


Marcelo

9 de ago. de 2012


FORA DE ORDEM



SHEIK YERBOUTI – FRANK ZAPPA











Estou fazendo hoje uma postagem diferente nesta seção. Vão acontecer aqui algumas coincidências interessantes tanto referentes aos discos quanto em relação aos artistas que estou indicando agora. Antes de tudo, é bom lembrar que existe a possibilidade, segundo algumas escritas antigas, de o mundo acabar no dia 21 de dezembro de 2012.
Uma coincidência é que Frank Vincent Zappa, o primeiro indicado, nasceu nesse dia no ano de 1940 em Baltmore, Estados Unidos da América. Terei que ser breve pra falar desse que gênio do século XX. Frank Zappa não foi apenas um músico qualquer. Foi um grande agitador cultural, excelente produtor e diretor e não só de discos, instrumentista de qualidade apurada, além de lutador incansável pelos direitos de liberdade religiosa, de expressão, de censura, conhecimentos e outros direitos humanos, coisas que sempre estiveram presentes em seus discos em seus quase trinta anos de carreira. Zappa, vivo, fez quase 60 discos, muitos deles duplos ou triplos e em sua quase totalidade, produzidos e dirigidos por ele próprio, o que permitiu uma liberdade de criação conseguida por poucos na história da música. Somados aos discos póstumos, porém de material inédito, discos gravados ao vivo e compilações, sua discografia passa muito dos 100 volumes e nenhum disco traz semelhança com outro, Cada um tem seu estilo e sua sonoridade própria. Pesquisando essa discografia o ouvinte e curioso irá encontrar música dos mais diversos seguimentos. Por ser formado em regência, Frank Zappa lançou discos de música clássica contemporânea e fusões com o jazz e com o rock. Fã de Edgard Varèse, grande musico de vanguarda que sempre valorizou a linha percussiva e também do rhythm and blues dos anos cinqüenta, levou essas influências aos extremos em seus experimentalismos tanto musicais quanto técnicos. Músico apurado, cantor de voz grave, compositor e arranjador, executava com maestria, guitarras, teclados e percussão, sendo que seu instrumento mais usado sempre foi a guitarra. Os modelos Gibson e Fender foram os escolhidos para a execução da maioria de suas obras, notáveis, principalmente num disco triplo lançado em 1988, um dos últimos trabalhos desse artista ainda vivo. Quando o disco posterior foi lançado, Zappa já não estava mais entre nós. É um grande erro tentar classificar sua música e é preciso muito tempo e cabeça aberta para ouvir e analisar sua imensa obra. Zappa ganhou prêmios e está no Rock and Roll Hall of Fame merecidamente, pelo grande acervo que deixou na história da música mundial. O disco que vou indicar, faz parte de outra coincidência, que logo será entendida. Chama-se Sheik Yerbouti e foi lançado no ano de 1979. Não se pode falar que é melhor ou pior que qualquer outro, pois por si, já é único. Como tantos outros, é um disco duplo, originalmente no formato LP. Disco muito bem produzido e que traz Frank Zappa num momento de muito humor e sarcasmo, que inclusive lhe rendeu alguns processos. Religião, política, comportamento humano em críticas bem humoradas levadas ao extremo são a tônica desse disco, além de uma bela capa e um nome de duplo sentido, por muitos ignorados até o momento. Mas pra quem não entende a língua, fica o som de primeiríssima qualidade e uma mistura que leva o ouvinte a explorar o disco de ponta a ponta descobrindo novas nuances a cada audição e levando aos que não conhecem seu trabalho a pesquisar sua rica discografia, altamente recomendável. Zappa faleceu em 1993, pouco antes de completar 53 anos, em virtude de um câncer de próstata. Deixou quatro filhos e uma legião de fãs da música que certamente romperá este século e ficará pra sempre nos ouvidos daqueles que experimentaram esse privilégio. Logo abaixo tem um link pra buscar o disco indicado. No blog tem espaço para comentários e na segunda parte, as coincidências continuam.



Zé Vicente


http://www.filestube.com/a75126b2f21b87bf03e9,g/Frank-Zappa-sheik-yerbouti-1979.html





FORA DE ORDEM



NA QUADRADA DAS ÁGUAS PERDIDAS  -  ELOMAR



















Nesta postagem, não por acaso escolhi o Elomar Figueira Mello para ficar ao lado do outro gênio da música que indiquei logo acima. As coincidências aparecerão agora. Elomar é uma figura única não só na música, mas na cultura brasileira. É um baiano misto de sossegado com inquieto que nasceu na cidade de Vitória da Conquista no dia 21 de dezembro de 1937. Primeira coincidência. À primeira vista não se imagina a erudição desse grande artista. Ele se formou em arquitetura da Universidade Federal da Bahia, e felizmente logo descobriu que se daria melhor escrevendo, tocando e cantando. De família protestante e com influência da cultura Árabe e Ibérica, Elomar juntou tudo em suas composições de linguagem quase que completamente dialetal, que aliado à sonoridade, melodias e arranjos de seu violão diferenciado passaram a retratar a vida dos sertanejos entre a região de Vitória da Conquista e a Chapada Diamantina, locais onde passou a maior parte de sua vida. E no final dos anos setenta ele finalmente gravou o primeiro disco, que já dava uma mostra do que esse velho cantador tinha em sua bagagem. Daí pra cá vieram mais de uma dezena de outros trabalhos, só que, desde então ele já não estava mais só. Sempre bem acompanhado em cada disco, Elomar teve ao seu lado figuras como o maestro Arthur Moreira Lima, músicos ligados ao jazz com Heraldo do Monte e Paulo Moura, além de cantores do naipe de Geraldo Azevedo, Vital Farias, Dércio Marques e Xangai, entre outros, que muito contribuíram para que sua obra  fosse melhor difundida, já que o artista em questão nunca se interessou muito pelo sucesso. Para marcar a segunda coincidência, indico aqui o seu segundo disco que também foi lançado no ano de 1979 em formato original LP com o nome de Na Quadrada das Águas Perdidas. A terceira, o fato de ser um disco duplo também. É uma viagem pelo universo sertanez, como Elomar costuma se referir ao povo daquela região da Bahia, de uma beleza ímpar. São belíssimas letras aliadas a melodias misto de medieval com caipira tiradas das cordas mágicas do violão de Elomar, cuja afinação dá o tom exato na sonoridade que segue as histórias de cavaleiros, donzelas e as mais diversas situações de um povo castigado pela seca e pela pobreza da parte central do nosso imenso país. Ouvir esse disco, é como estar lendo um livro ou assistindo a um filme, tamanha a riqueza de detalhes e a linguagem que Elomar  coloca em sua narrativas canções. E esse disco é apenas o segundo. Vale a pena ouvir toda a sua obra que é riquíssima, tendo inclusive um livro que originalmente seria um roteiro que é muito interessante chamado Sertanílias, onde Elomar mostra seu profundo conhecimento do povo e da linguagem de uma civilização tão nossa quanto estranha ao resto do país. Elomar é genial, sua obra é genial. Acho que fiz aqui duas indicações bem oportunas. Gênios que nasceram no mesmo dia e que lançaram discos duplos no mesmo ano com conteúdo de riqueza incomum. É bom conferir. É bom comentar. É bom conhecer. Siga o link.

Zé Vicente

https://rapidshare.com/files/302121931/Na_Quadra_das_Aguas_Perdidas.zip

LITERATURA
























Então...



É brincando comigo,

Uma de suas

Frágeis criaturas,

Que Deus

Procura mostrar

Sua existência.

Ele faz de mim

O que quer.

Me põe triste, e

Às vezes, me alegra

Me faz adoecer

E me cura.

Dá esperança, mas

Me coloca entre

O amor e o ódio,

Mostra bem o mal

E mal mostra o bem.

E faz experiências

Com meu egoísmo.

Só que me jogou

Num mundo

De tamanho tal,

Que jamais

O conhecerei

E nunca me deu

Uma idéia exata

Do meu tamanho,

Nem a dimensão

Da minha alma.

Então, jamais

Me conhecerei.

De repente,

Ele me tira

E o mundo fica

E aí?


Zé Vicente